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Universo e Vida e Página PSICOLOGIA (Clique AQUI para marcar uma consulta)
Parece que o sol nunca mais vai nascer de novo. Ou, se nascer, vai ser só para iluminar a mesma escuridão que sinto aqui dentro. É estranho, sabe? Eu me olho no espelho e vejo a mesma pessoa de sempre, mas por dentro… por dentro sou um emaranhado de nós apertados, um labirinto sem saída, onde cada pensamento me leva mais fundo em um poço de areia movediça.
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Às vezes, eu me pego pensando em como era antes. Lembro da risada fácil, da vontade de fazer planos, da curiosidade que me empurrava para explorar o mundo. Onde foi parar tudo isso? É como se uma parte de mim tivesse sido roubada, levada para um lugar que não consigo alcançar. E o pior é que ninguém parece notar. Ou talvez notem, mas não sabem o que fazer. Eu mesma não sei o que fazer.
Eu me forço a sair da cama, a arrastar o corpo para as tarefas mais básicas. Escovar os dentes, tomar um café, fingir que está tudo bem. É exaustivo. Cada movimento, cada interação, é uma luta silenciosa. As palavras se perdem na minha garganta, os sorrisos parecem falsos, e a vontade de desaparecer é quase um desejo constante. E a culpa… ah, a culpa é uma companhia fiel. Culpada por não conseguir ser feliz, culpada por preocupar quem me ama, culpada por sentir que sou um fardo.
Tem dias que a dor é física. Uma opressão no peito, uma fadiga que me consome por completo. Parece que estou carregando o peso do mundo nas costas, e meus ombros estão cansados de tanto suportar. Eu tento. Juro que tento. Tento ler um livro, assistir a um filme, conversar com alguém. Mas é como se uma névoa densa estivesse sempre entre mim e o resto do mundo, impedindo que eu me conecte de verdade.
E aí, no meio de todo esse caos, em um dos meus piores dias, quando a escuridão parecia absoluta, algo pequeno aconteceu. Eu estava no parque, sentada em um banco, olhando para o nada. Um raio de sol, daquele que quase nunca aparece por aqui ultimamente, conseguiu romper as nuvens e tocar meu rosto. Foi por um segundo, talvez dois. Mas nesse breve instante, eu senti um calor. Não apenas o calor físico do sol, mas algo mais profundo, algo que parecia querer me despertar.
Naquela mesma tarde, uma amiga me ligou. Eu quase não atendi. Mas atendi. E ela não me perguntou "você está bem?". Ela apenas disse: "Estou indo aí. Não precisa falar nada, só quero ficar perto." E ela veio. Sentou-se do meu lado, em silêncio. A presença dela, sem julgamentos, sem exigências, foi como um bálsamo. Ali, naquele momento, eu não senti culpa por não conseguir sorrir. Apenas senti que não estava sozinha.
Eu sei que não é uma cura mágica. Não é um botão que desliga a dor. Mas essa pequena rachadura na escuridão… essa leve brisa de esperança, me fez lembrar que nem tudo está perdido. A terapia tem sido difícil, mas as conversas, mesmo as dolorosas, estão começando a desemaranhar um ou outro nó. E os remédios, bem, eles estão me dando um suporte para que eu consiga sequer começar a desemaranhar.
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Ainda tenho dias ruins, muitos deles. A batalha não acabou. Mas agora, em vez de afundar completamente, consigo ver um ponto, minúsculo que seja, de luz. E me agarro a ele. Por mais que a voz na minha cabeça insista que não vale a pena, uma outra voz, mais suave e ainda incerta, me diz para continuar. Para dar mais um passo, mesmo que seja arrastando os pés. Porque talvez, só talvez, essa luz no fim do túnel não seja um trem vindo em minha direção, mas sim o começo de um novo amanhecer. E eu quero, mais do que tudo, ver esse amanhecer.
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